No século XVIII, muitas pessoas requereram enormes áreas de terras em Mosqueiro, as léguas de "sesmarias" como era chamado o documento que doava as terras pertencentes à Província Imperial. Entre estes beneficiados estava o posseiro Padre Antônio Nunes da Silva a quem coube a doação das terras da Baía do Sol, em 06 de dezembro de 1746. Contando com a mão de obra de escravos africanos, seus herdeiros construíram sítios agrícolas como o Sítio Conceição, ainda preservado, e Sítio Santana cujas ruínas de sua casa grande encontra-se na propriedade do Hotel Paraíso. Na primeira metade do século XIX, o Pará vivenciou a revolta dos Cabanos, assim nomeada por fazer referência às habitações daqueles que formavam os maiores contingentes que integraram o movimento. Faziam parte do movimento camadas sociais desfavorecidas como caboclos, índios destribalizados e os negros libertos que moravam nas ilhas e regiões próximas a Belém, além de alguns fazendeiros e comerciantes inconformados com a política do presidente da província. No litoral de Mosqueiro, importante reduto Cabano, havia dois pontos artilhados; o da Vila, instalado nas barrancas da praia do Bispo, e o do Chapéu Virado, com artilharia montada nos penedos que ali existiam. Eram desses pontos que os Cabanos atingiam os navios que conduziam tropas, mantimentos, armas, munições e fardamento para o marechal Manuel Jorge Rodrigues na ilha de Tatuoca e para as tropas de Pernambuco que haviam aportado na ilha de Cotijuba. A resistência, instalada na ilha do Mosqueiro, enfrentou as forças legalistas, em 21 de janeiro de 1836, em plena praia do Chapéu Virado. Após horas de combate, vários mortos e feridos de ambos os lados e sem munição, os Cabanos saíram em retirada pelas matas e rios da região. Nas décadas seguintes à Cabanagem, Mosqueiro continuava com sítios agrícolas, concentrados em sua maioria no norte do Arquipélago, e um pequeno vilarejo ao sudoeste com suas casas localizadas, entre arvoredos, na beira da baía. Sua vinculação à Freguesia de Benfica na condição de Vila, fez com que este vilarejo viesse a dar origem ao bairro conhecido como Vila do Mosqueiro. Quando vice-presidente da Província do Pará, o Cônego Manoel José de Siqueira Mendes Sancionou a lei da Assembléia Provincial 563, de 10 de outubro de 1868, criando a Freguesia de Mosqueiro e extinguindo a de Joanes. Em seu artigo 1º lemos: "Fica criada na povoação de Mosqueiro uma freguesia sob a invocação de Nossa Senhora do Ó...". A igreja que havia na povoação e pertencia à Irmandade de Nossa Senhora do Ó foi indicada para matriz provisória e mandada avaliar para a devida indenização à irmandade, promovendo-se a sua conclusão pelo governo da Província, o mesmo ocorrendo com a obra do cemitério que ficava ao lado da capela e pertencia à mesma irmandade. D. Macedo era então o bispo do Pará e nessa qualidade designou em portaria de 02 de abril de 1869, para vigário da nova freguesia, o padre de cinqüenta e um anos, Manoel Antônio Rayol, que a aceitou e nela se radicou. O Século XIX chegava às suas últimas décadas, Mosqueiro deixaria de ser Freguesia e passaria para a condição de Vila de Belém em 06 de julho de 1895. A região começava a experimentar um novo ciclo econômico que traria grandes transformações. Para Mosqueiro estavam reservadas muitas surpresas.
Disponível em: http://www.istoeamazonia.com.br. Em 09/12/10
CIRIO DE NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO
NO SÍTIO DE MESMO NOME EM BAÍA DO SOL - MOSQUEIRO.
Chegada dos romeiros e devotos da Santa, ao Sítio Conceição,
em frente a ilha da Pombas, na Baia do Sol.
Ao chegarmos ao sítio encontramos uma extensa plantação de açaizeiros.
Os preparativos para a missa.
A Casa Grande, erguida em 1.864, anexa a ela, está a capela da Santa.
A Imagem em seu andor
Imaculada N.S. da Conceição
Aguardando a chegada do Padre para a celebração da missa campal.
A licença foi concedida pelo Bispado de Belém e a bênção foi dada pelo Padre Castilho, Vigário do Mosqueiro, no dia 10 de janeiro de 1.855. A Missa Centenário, foi celebrada por D Alberto Ramos em 12.01.1985, em gratidão ao fundador e sua família, conforme placa afixada na parede do templo.
Alguns devotos após a longa caminhada aguardam o padre para a realização da missa campal
A celebração da Eucaristia
Num comodo da casa próximo a uma área avarandada foi erguida a Capela da Santa. No seu interior encontramos um altar com diversas imagens e o nicho da Santa que é retirada somente no dia da festividade para as homenagens e retorno após a peregrinação.
A gruta contendo em seu interior uma pequena imagem da Imaculada Conceição.
A encontramos logo após o término da plantação de açaizeiros.
FONTE: http://ciriosdemosqueiro.blogspot.com/2010/12/cirio-da-conceicao-no-paraiso.html
IMAGENS: JCSOliveira-Mosqueiro - 08/12/10
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